• 13 de abril de 2020
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Pesquisa mostra quais profissões estão mais expostas ao novo coronavírus

Um mapeamento feito por pesquisadores do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE/UFRJ), mostrou os índices de risco que os trabalhadores brasileiros têm de serem contaminados pela COVID-19 durante suas atividades profissionais.

Os trabalhadores que correm mais riscos de contágio são, evidentemente, os da área de saúde. Porém, o que chama a atenção é que os técnicos em saúde bucal lideram esse ranking de risco com 100% de chances de contágio, devido à proximidade física e Ao ambiente de atendimento.

Depois dos técnicos em saúde bucal, os atendentes em enfermagem vêm logo em seguida, com 97,3% de chances de contágio. Na sequência, com 97% de risco, aparecem os médicos ginecologistas e obstetras.

Ainda sobre os profissionais da área de saúde, que correspondem a 99% das profissões dentre as 100 mais perigosas para o contágio da COVID-19, depois dos ginecologistas e obstetras, aparecem os médicos clínicos, os médicos de família e comunidades, os generalistas e os médicos geriatras, todos com 95,7% de chance de contágio.

Saindo da área da saúde, os profissionais que correm mais riscos são os comissários de voo, que têm 90% de chance de serem contaminados pelo coronavírus.

Depois deles, estão os condutores de ambulância, com 84,7% de chances de contágio, seguidos dos agentes penitenciários com 83,7%.

Outras profissões

Os cabeleireiros e maquiadores têm 73% de chances de serem contaminados. Vale ressaltar que, por mais que os salões, em sua maioria, estejam fechados, muitos destes profissionais estão atendendo a domicílio e a proximidade e o contato com os clientes são inevitáveis.

Já os motoristas de ônibus urbano e rodoviário possuem 70% de riscos. Para este tipo de profissional, o risco é menor quando não há a necessidade de compra dos bilhetes direto com o motorista – que corresponde à maioria dos casos nesse tipo de transporte.

Os ciclistas mensageiros, que englobam todos os profissionais que fazem entrega de bens e serviços de bicicleta, sejam dos correios, Ifood e etc., também têm 70% de chances de contágio, mesmo índice de risco para os pilotos de aeronaves.

Caixas de banco têm 69,7%, operadores de caixa de supermercados têm 66,3%. Já os operadores de trem e metrô aparecem com 65,7% de riscos.

Os jornalistas, que estão dentre as profissões essenciais e que, portanto, seguem atuando diariamente, têm 52% de chances de contágio.

Profissões com menor risco

Operador de motosserra, com apenas 18% de riscos de contágio; escritores, com 19,3%, e artistas visuais, com 20%, estão menos expostos a riscos.

Em geral, os profissionais do setor de agropecuária e pesca, artes, entretenimento e mídia e ciências, engenharia e computação são os que correm os menores riscos de contágio em suas atividades profissionais.

Metodologia do estudo

Este mapeamento foi liderado pelo pesquisador Yuri Lima, do Laboratório do Futuro da COPPE, que é coordenado pelo professor Jano Moreira de Souza.

O mapeamento acima detalhado corresponde a 2.539 ocupações abrangendo todo o país. Ele foi dividido em 13 grupos ocupacionais, desde profissionais da agropecuária e pesca aos do setor de transportes.

A metodologia usada foi a mesma utilizada pelo The New York Times, nos EUA, que teve por base os dados sobre emprego mantidas pelo Departamento do Trabalho norte-americano e adaptados aos dados que o governo brasileiro disponibiliza.

“Fiz uma adequação à realidade brasileira, usando como base a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), do Ministério do Trabalho, e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério da Economia”, explica Yuri Lima.

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