DENÚNCIA: Preços abusivos, cobrança de taxas e comércios dificultando o uso do Cartão Alimentação na área Itaqui Bacanga
Centenas de famílias estão reclamando de problemas com o uso do Cartão Alimentação Escolar e até taxas cobradas por pequenos comerciantes para a realização das compras.
A confecção do cartão é uma medida da Prefeitura de São Luís para devolver à população os recursos da merenda escolar durante a pandemia, já que a maioria das unidades de ensino seguem fechadas e ofertando aulas apenas à distância, ou de forma híbrida.
Na prática, cada família poderia receber um cartão por aluno matriculado na rede municipal de ensino. Somando valores que não eram pagos desde agosto, um total de R$ 400 reais foi creditado nos cartões para que cada família possa comprar a própria comida, neste final de ano. Ao todo, foram distribuídos mais de 86 mil cartões.
Segundo a Prefeitura, há uma rede de comércios de bairro credenciada para receber compras feitas com o Cartão Alimentação Escolar. Porém, as famílias dizem que a quantidade de comércios é insuficiente, que faltam produtos nos pequenos mercadinhos, e que se sentem humilhados passando por enormes filas nos locais que aceitam o cartão.
Famílias em São Luís dizem que mercados aumentam o preço de produtos do Cartão Alimentação e a dificuldade que tem passado para comprar comida com o Cartão Alimentação. Há até relatos de comerciantes aumentando o preço dos produtos de propósito.
“Estão caras as coisas. Eles [comerciantes] estão se aproveitando”, disse a dona de casa Rosilene da Silva. Para piorar a situação, algumas donas de casa denunciam que há estabelecimento cobrando 10% em cima do valor da compra pela operação.
Na área Itaqui Bacanga, há relatos de pessoas que estão tendo que dormir nas filas pra conseguir fazer compras com o cartão. “O pior é que tem muita gente se aproveitando disso, pois se de um lado, alguns comerciantes cobram taxas, aumentam os preços e limitam o número de pessoas atendidas por dia, há também aqueles que cobram até cem reais pelas vagas na fila para compra nesses mercados de bairro. Isso é um absurdo e não podemos aceitar essa humilhação que está sendo imposta a essas famílias carentes”, ressaltou a líder comunitária Joana do Carmo.