• 23 de julho de 2023
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Deputado mais faltoso da Câmara, Junior Lourenço não apresentou nenhum projeto de lei este ano e nem no mandato anterior

Os cinco parlamentares mais faltosos da Câmara dos Deputados se ausentaram, em média, de uma em cada cinco sessões plenárias da Casa no primeiro semestre deste ano. O líder do ranking é o deputado federal Junior Lourenço (PL-MA), que não apresentou sequer um projeto de lei em 2023 nem no mandato anterior.

Das 56 sessões, Lourenço faltou 15 sem justificar o motivo. Março foi o mês escolhido pelo parlamentar para concentrar a maior quantidade de faltas neste ano – foram 10. Ele não compareceu às sessões do dia 14 até o dia 30. Poucas semanas depois do período, Lourenço publicou fotos com a esposa em Dubai e em um deserto, onde aparece montado em um camelo ao lado da esposa.

Como resultado das duas semanas fora de Brasília, ele perdeu R$ 16.372,22 dos rendimentos como deputado ao receber o salário em abril. Atualmente, um deputado ganha R$ 41.650,92.

Como resultado das 15 faltas, Lourenço também deixou de votar em projetos de lei importantes, como a proposta que visava igualar o salário entre homens e mulheres, que foi aprovada na Casa e no Senado. Também não votou na medida provisória sobre tributação de empresas com negócios no exterior.

Para o PL, não foi uma ausência tão sentida. Lourenço é um dos parlamentares da legenda que costumam votar com o governo. Na reforma tributária e no arcabouço fiscal, por exemplo, foi contra a orientação do partido e votou favorável às propostas.

Titular na Comissão de Saúde, Lourenço não participou de nem uma reunião do colegiado – foram 18 faltas consecutivas até sair do grupo. Neste momento, além de não apresentar projeto de lei e de ser o deputado mais faltoso, ele não integra nenhum dos 30 grupos temáticos que existem na Câmara. Procurado, Lourenço não respondeu aos questionamentos da reportagem.

Diferentemente das atividades em plenário, as ausências em comissões não geram multa aos parlamentares. “Esse tipo de comportamento é um profundo desrespeito com os eleitores, com a sociedade”, afirmou Roberto Livianu, presidente do Instituto Não Aceito Corrupção.

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